O Reino Unido proibiu a entrada a partir desta sexta, 15, no país de pessoas vindas do Brasil e outros 14 países, como precaução contra a transmissão de uma nova variante do coronavírus.
Em “decisão urgente”, foram proibidas também chegadas ao Reino Unido de Argentina, Bolívia, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.
“Os voos de chegada desses países vão parar amanhã”, disse o ministro dos transportes do Reino Unido, Grant Shapps. A proibição não se aplica a cidadãos britânicos e irlandeses e nacionais de países terceiros com direitos de residência, mas passageiros que retornam desses destinos deverão se isolar por dez dias.
O premiê do Reino Unido, Boris Johnson, afirmara nesta quarta, 13, estar preocupado com a nova variante do coronavírus cuja origem é atribuída ao Brasil e disse que pode limitar a entrada de viajantes vindos do país.
“Já temos medidas duras para proteger nosso país de novas infecções vindas do exterior e estamos tomando medidas para fazer isso com relação à variante brasileira”, afirmou a parlamentares em comitê da Câmara dos Comuns.
O Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Japão, onde foram detectadas as mutações após a chegada de viajantes brasileiros, afirmou não haver evidências até o momento de que a variante encontrada no Brasil seja mais infecciosa.
Pressionado por uma alta no contágio depois de detectar uma variante em seu próprio território, o Reino Unido registrou mais de 1.500 mortes por Covid-19 em 24 horas, maior número relatado em um único dia desde o início da pandemia. Questionado sobre a situação nos hospitais, o premiê afirmou que há 32 mil pessoas internadas, 70% acima do pico de abril do ano passado, e risco de colapso na terapia intensiva.
“Se você me perguntar quando achamos que a capacidade da UTI provavelmente será excedida, não posso dar uma previsão disso, mas tudo o que posso dizer é que o risco é muito substancial”, disse ele. No último fim de semana, autoridades médicas e de saúde do país já haviam alertado para a “batalha mais difícil da história” no serviço nacional de saúde.
Para conter a transmissão, os quatro integrantes do Reino Unido (Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda do Norte) decretaram um novo confinamento rigoroso, que pode estar dando alguns sinais de sucesso: o número de novos casos registrados em um dia foi de 45 mil, bem abaixo do pico recente de mais de 80 mil. O governo teme, porém, que as reuniões de Natal e fim de ano possam provocar um novo repique.
Fonte: Amazonas Atual/Foto: Itamaraty/Divulgação